O belo filme de uma empresa privada

Já tive a oportunidade de abordar nesta coluna o cinema Orchidea, uma histórica casa de arte no coração de Milão que ofereceu à cidade uma programação de certo interesse cultural e que também eu, com um breve passeio, utilizei várias vezes . Bem, depois de quatorze anos de fechamento e várias vicissitudes não sem responsabilidade pela política e burocracia milanesa, aprendo que há uma chance de que ele volte a desempenhar seu papel meritório como um cinema clássico de proximidade, ou seja, de serviço, primeiro de tudo, o bairro em que está localizado. A meritória operação se deve a uma realidade muito famosa do empreendedorismo privado: a Campari. A histórica empresa, famosa em todo o mundo por seu aperitivo, comunicou a decisão de contribuir, com apoio econômico concreto, para reviver um ponto de referência cultural e social para Milão.

Para aquele cinema, propriedade da Câmara Municipal desde 1991, surge, portanto, a possibilidade de voltar a funcionar o grande ecrã. Graças à intervenção fundamental de uma entidade privada. Diante do impasse da administração pública, uma boa notícia para todos só poderia vir da sensibilidade de uma grande empresa privada intimamente ligada à história do Milan.

É um resgate cultural de indiscutível valor. Basta pensar que esse cinema nasceu em 1909 em um prédio do século XV, então propriedade de Lorenzo de ‘Medici, graças a uma doação de Gian Galeazzo Maria Sforza e Ludovico il Moro. No início chamava-se cinema Verdi, depois Gorizia, em 1946 passará a Orchidea e depois Nuovo Orchidea até fechar em 2009. O que, segundo a Câmara Municipal, deveria ter sido apenas o tempo necessário à reestruturação. Não foi bem assim que aconteceu. A essa altura, todas as esperanças haviam adormecido após um hiato de quatorze anos. Agora, porém, o possível despertar graças a um movimento decisivo de uma empresa privada esclarecida. Parece um filme muito bom!

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